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Por Revista Oeste em 19/09/2022 22:41
A crise energética que a Europa enfrenta está atingindo grandes empresas que têm como matriz o uso de energia na produção.
Na França, a fábrica Arc International, maior produtora mundial de utensílios de mesa em vidro, é um empregador vital na região norte do país.
No entanto, o impacto na interrupção abrupta do fornecimento de gás da Rússia para a Europa apresentou novos riscos à empresa.
Recentemente, um terço dos 4,5 mil funcionários da Arc foi colocado em licença. Quatro dos nove fornos da fábrica vão ficar inativos, os demais passarão a funcionar com diesel, um combustível mais barato, porém mais poluente.
“É a situação mais dramática com a qual já deparamos. Para as empresas que consomem muita energia, como a nossa, é inviável”, disse Nicholas Hodler, o CEO da empresa, ao jornal The New York Times.
A mudança repentina tem assustado os habitantes de Arques, no norte do país, uma cidade cuja a economia está associada à indústria do vidro há mais de um século.
Sua grandeza é tamanha que ela gera indiretamente outros 15 mil empregos na região, das fábricas de papelão que embalam seus produtos às empresas de frete que transportam as peças.
A empresa francesa não é um caso isolado. Os preços elevados da energia estão afetando a indústria europeia, obrigando as fábricas a reduzirem depressa a produção e a dispensarem temporariamente dezenas de milhares de trabalhadores.
A empresa tentava se recuperar das dificuldades impostas pela pandemia, com um impacto financeiro relacionado aos lockdowns, quando deparou com a elevação dos custos de energia no continente.
Em dezembro, a companhia recebeu um empréstimo de emergência de € 45 milhões do governo francês e agora está solicitando uma ajuda adicional para poder pagar as contas de energia mais caras.
A indústria tem um consumo equivalente ao de 200 mil casas. A recente crise de energia fez com que a conta da empresa disparasse para € 75 milhões — há um ano ela era de € 19 milhões.
“Não queremos interromper completamente as operações”, disse Hodler. “Mas não vamos produzir se perdermos dinheiro.”